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Petro e Scheinbaum nos representam

Guilherme Purvin

- Guilherme Purvin -

Site: Metropoles, 27-1-2025
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Site: Folha de São Paulo, 27-1-2025
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Busca no Google em 29-1-2025
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Tenho ouvido, até de amigos próximos, críticas ao Gustavo Petro nessa treta com o Trump. A imprensa burguesa – tanto no Brasil quanto na Colômbia, nos EUA e na Europa branca – quer empurrar a ideia de que ele "perdeu" uma queda de braço e teve que se ajoelhar diante de Trump. Nada melhor para alimentar o servilismo colonial e rebaixar os latino-americanos do que pintar um líder latino como fraco diante do império, não é? Mas vamos falar de fatos.


Petro bateu o pé contra os aviões militares dos EUA trazendo deportados colombianos algemados e acorrentados como criminosos. Ele barrou essa humilhação e exigiu que os imigrantes voltassem em condições dignas, como impõem os tratados internacionais de direitos humanos. E ele tem razão: o tratamento dado aos deportados viola a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH, 1948), o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966), além da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes (1984), assinada pelos próprios EUA.


O princípio básico desses tratados é que nenhuma pessoa pode ser submetida a tratamento degradante, independentemente de sua situação migratória. E, cá entre nós, algemar e acorrentar um imigrante deportado, incluindo grávidas e crianças, é uma prática humilhante e desumana.


Agora, o que me surpreendeu foi ouvir de uma pessoa por quem tenho grande amizade e admiração, professor com doutorado em História, que "era justo (ou justificável) algemar e acorrentar" os deportados porque estavam num avião militar, eram "perigosos" e podiam "se amotinar". Esse tipo de discurso foi ouvido sair da boca de certo comentarista político sem noção. Se o comentarista convenceu uma pessoa sensata e progressista, qual não seria o estrago causado para outros ouvintes menos qualificados? Se imigração é perigosa, não é por causa do imigrante, mas do repressor. Um trabalhador, uma mãe, uma criança, não podem jamais ser tratados como feras. O próprio Comitê contra a Tortura da ONU já criticou esse tipo de prática e alertou para as condições degradantes dos centros de detenção para migrantes nos EUA. Mas para quem normaliza Guantánamo e admite que a zona cinzenta entre o desembarque de um avião e o ingresso no país seja imune à jurisdição dos direitos humanos, isso era de se esperar. Quem viu as cenas dos brasileiros descendo em Manaus (sendo resgatados por avião presidencial do Brasil) sabe do que estou falando.


Enfim, depois de muita pressão dos EUA, um acordo foi fechado com a Colômbia e os deportados voltaram sim, mas em aviões militares colombianos, sem algemas e correntes. Chegaram a Bogotá mais de 200 colombianos, incluindo 21 crianças e duas grávidas. E os relatos são revoltantes: durante a detenção nos EUA, foram tratados como lixo.


Então, não, Petro não recuou, não se curvou, não traiu ninguém. Defendeu a soberania da Colômbia e o respeito aos seus cidadãos, dentro do que preveem os tratados internacionais. Mas, claro, a mídia colonizada precisa distorcer tudo e vender a narrativa de que foi uma "derrota".

Gustavo Petro e sua brilhante colega mexicana Claudia Sheinbaum, faz parte do seleto grupo de líderes globais democratas e representa a resistência latino-americana contra a barbárie fascista imposta pelos WASPs, enfrentando o imperialismo e defendendo a soberania dos povos do Sul Global, ao mesmo tempo em que lutam pelos direitos humanos, que também pertencem aos humildes trabalhadores estadunidenses.


Concluo esta postagem com a mais ilustrativa imagem que o Chat GPT 4 poderia fazer para o tema.


 

Guilherme Purvin é escritor, doutor em Direito e pós-doutorando junto ao Departamento de Geografia da USP.


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